A
HISTÓRIA DA ISETTA
O Isetta foi um dos microcarros
produzido na Itália nos anos seguintes à Segunda Guerra Mundial.
O proprietário da empresa Isotherm,
fabricante de refrigeradores, da cidade de Milão- Itália, Sr. Renzo Rivolta (que
já havia se tornado fabricante de Scooters e motocicletas) decidiu entrar no
ramo de automóveis, criando assim a empresa Iso Automoveicoli-Spa. Em 9 de
abril de 1953, a empresa apresentou no salão de Turim o ISETTA, um veículo de baixo
custo e compatível com a realidade econômica da época. Projetada e criada pelo engenheiro
Ermenegildo Pretti e seu colaborador Pierluigi Raggi.
Renzo, nomeou
o projeto de Isetta, que significa, pequeno Iso. Diziam que era resultado de
uma colisão entre um scooter, uma geladeira e um avião. Na Itália era chamado
de “l'uovo
su quattro ruote” (ovo sobre quatro rodas).
Algumas das características únicas do carro: porta frontal, facilitando o acesso ao
interior do veículo,
pequenas dimensões, boa dirigibilidade e performance suficiente para a época
(máxima de 80 km/h) com
um consumo de até 25 km/l.
Apesar de todas as boas espectativas, o Isetta teve vida curta
na Itália e
sua fabricação encerrou-se em 1956.
A Iso não teve interesse em exportá-lo.
Foram fabricados em outros países como na Alemanha e
Reino Unido (BMW Isetta) e França (Velam Isetta).
NO BRASIL
Em 1955,
a empresa brasileira Máquinas Agrícolas
Romi, fundada por Américo Emílio Romi, com sede
em Santa Barbara d’Oeste (interior de São Paulo) anuncia a fabricação do Iso
Isetta no Brasil, sob licença da empresa italiana Iso Automotoveicoli.
Aqui ficou conhecida como Romi-Isetta. Foi o primeiro
automóvel de passeio de fato fabricado no Brasil. Apesar de algumas
controversias em função da falta de uma segunda porta...
O
carrinho era visto mais como uma excentricidade do que uma solução prática de
transporte. E o fato de ter
ficado à margem da política de incentivos à indústria automobilística, durante
o governo Juscelino Kubitschek, fez com que seu preço não fosse competitivo -
em 1959, ele custava mais de 60% do preço de um Fusca. Esses fatores
contribuíram em parte para encurtar sua temporada por aqui. Também devido a
suas próprias limitações, especialmente a de não locomover-se mais rápido.
A estratégia de publicidade adotada, visava expor o
modelo a diferentes públicos: de segundo carro para a família ao estudante
universitário. Algumas foram criadas voltadas ao público feminino, como por
exemplo o anúncio que exibia uma mulher saindo de uma gaiola para entrar em um
Romi-Isetta, com os dizeres "agora sou livre" (Anúncio de 1961). Foram exibidos também em filmes e
novelas e fixaram-se no imaginário popular. Até em competições no autódromo de
Interlagos foram utilizados.
O
Romi-Isetta podia transportar 2 adultos e uma criança, e atingir uma velocidade máxima em torno de 90
km/h. Apesar da aparência frágil,e apelidada
de "bola de futebol de fenemê" (um caminhão fabricado na época) e
outros nomes injustos, tinha recursos que ainda eram desconhecidos de alguns
importados que já circulavam pelo país. Dentre eles estavam os freios
hidráulicos, câmbio de quatro marchas e luzes de piscas-piscas. Ele também já
utilizava um sistema elétrico de 12V e um alternador, ao contrário dos
tradicionais sistema de 6V com gerador. Sendo assim, não só a iluminação do
carro era superior como também permitia um uso mais eficiente dos limpadores de
pára-brisas (que na época utilizavam um sistema a vácuo).
Até 1958, os modelos vendidos no país utilizavam um
motor Iso,
transversal localizado entre eixos, de 236 cm³, que gerava 9,5 cv. Mais tarde, quando
a fábrica italiana vendeu o projeto para a BMW, os novos modelos do Romi-Isetta
passaram a receber um motor BMW de 298 cm³, que já produzia 13 cv de potência.
Em 1959, a Industria Romi entrou em uma situação
financeira instável e sofreu pressões políticas do GEIA - Grupo Executivo da
Indústria Automobilística - que não aprovava mais o modelo devido à suas
características de ter uma porta frontal, um único banco, rodas pequenas e
motor fraco. Culminou a tudo isso, a morte do idealizador Americo Romi, levando
a desativação da produção do Romi Isetta.
Em 1960, o então Presidente da República Dr. Juscelino
Kubitschek tentou impulsionar a produção da Romi Isetta, porém sem resultados.
Houve ainda tentativas de acordo com a BMW e a Citroën, mas nada se
concretizou, e a fabricação foi extinta no Brasil definitivamente.
No período de 1956 até 1961, foram
fabricadas cerca de três mil unidades no Brasil, alguns deles foram montados utilizando peças
remanescentes no estoque da fábrica.
Alguns
exemplares permanecem até hoje nas mãos de colecionadores e são vistos em encontros de
proprietários de carros antigos. Despertando recordações e sorrisos por onde
passam.
A
Fundação Romi realiza encontros de colecionadores em Santa Bárbara d’Oeste e é
o terceiro do gênero. O 1º Encontro foi realizado em 2006, no aniversário de 50
anos do carro, com 36 automóveis participantes. O 3º Encontro Nacional de
Romi-Isettas, realizado em 3 de setembro de 2011, contou com colecionadores e 55
exemplares do Romi-Isetta (uma alusão aos 55 anos do lançamento no Brasil).
O
Instituto Cultural Artigos e Carros de Época (ICACE) possui um exemplar do
Romi-Isetta que poderá ser visto e apreciado em breve !
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