quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Isetta e Romi Isetta

A HISTÓRIA DA ISETTA
O Isetta foi um dos microcarros produzido na Itália nos anos seguintes à Segunda Guerra Mundial.

O proprietário da empresa Isotherm, fabricante de refrigeradores, da cidade de Milão- Itália, Sr. Renzo Rivolta (que já havia se tornado fabricante de Scooters e motocicletas) decidiu entrar no ramo de automóveis, criando assim a empresa Iso Automoveicoli-Spa. Em 9 de abril de 1953, a empresa apresentou no salão de Turim o ISETTA, um veículo de baixo custo e compatível com a realidade econômica da época. Projetada e criada pelo engenheiro Ermenegildo Pretti e seu colaborador Pierluigi Raggi.
 Renzo, nomeou o projeto de Isetta, que significa, pequeno Iso. Diziam que era resultado de uma colisão entre um scooter, uma geladeira e um avião. Na Itália era chamado de “l'uovo su quattro ruote” (ovo sobre quatro rodas).
Algumas das características únicas do carro: porta frontal, facilitando o acesso ao interior do veículo, pequenas dimensões, boa dirigibilidade e performance suficiente para a época (máxima de 80 km/h) com um consumo de até 25 km/l.
Apesar de todas as boas espectativas, o Isetta teve vida curta na Itália e sua fabricação encerrou-se em 1956. A Iso não teve interesse em exportá-lo.

Foram fabricados em outros países como na Alemanha e Reino Unido (BMW Isetta) e França (Velam Isetta).


NO BRASIL

Em 1955, a empresa brasileira Máquinas Agrícolas Romi, fundada por Américo Emílio Romi, com sede em Santa Barbara d’Oeste (interior de São Paulo) anuncia a fabricação do Iso Isetta no Brasil, sob licença da empresa italiana Iso Automotoveicoli.

Aqui ficou conhecida como Romi-Isetta. Foi o primeiro automóvel de passeio de fato fabricado no Brasil. Apesar de algumas controversias em função da falta de uma segunda porta...

O carrinho era visto mais como uma excentricidade do que uma solução prática de transporte. E o fato de ter ficado à margem da política de incentivos à indústria automobilística, durante o governo Juscelino Kubitschek, fez com que seu preço não fosse competitivo - em 1959, ele custava mais de 60% do preço de um Fusca. Esses fatores contribuíram em parte para encurtar sua temporada por aqui. Também devido a suas próprias limitações, especialmente a de não locomover-se mais rápido.

A estratégia de publicidade adotada, visava expor o modelo a diferentes públicos: de segundo carro para a família ao estudante universitário. Algumas foram criadas voltadas ao público feminino, como por exemplo o anúncio que exibia uma mulher saindo de uma gaiola para entrar em um Romi-Isetta, com os dizeres "agora sou livre" (Anúncio de 1961). Foram exibidos também em filmes e novelas e fixaram-se no imaginário popular. Até em competições no autódromo de Interlagos foram utilizados.

O Romi-Isetta podia transportar 2 adultos e uma criança,  e atingir uma velocidade máxima em torno de 90 km/h. Apesar da aparência frágil,e  apelidada de "bola de futebol de fenemê" (um caminhão fabricado na época) e outros nomes injustos, tinha recursos que ainda eram desconhecidos de alguns importados que já circulavam pelo país. Dentre eles estavam os freios hidráulicos, câmbio de quatro marchas e luzes de piscas-piscas. Ele também já utilizava um sistema elétrico de 12V e um alternador, ao contrário dos tradicionais sistema de 6V com gerador. Sendo assim, não só a iluminação do carro era superior como também permitia um uso mais eficiente dos limpadores de pára-brisas (que na época utilizavam um sistema a vácuo).

Até 1958, os modelos vendidos no país utilizavam um motor Iso, transversal localizado entre eixos, de 236 cm³, que gerava 9,5 cv. Mais tarde, quando a fábrica italiana vendeu o projeto para a BMW, os novos modelos do Romi-Isetta passaram a receber um motor BMW de 298 cm³, que já produzia 13 cv de potência.
Em 1959, a Industria Romi entrou em uma situação financeira instável e sofreu pressões políticas do GEIA - Grupo Executivo da Indústria Automobilística - que não aprovava mais o modelo devido à suas características de ter uma porta frontal, um único banco, rodas pequenas e motor fraco. Culminou a tudo isso, a morte do idealizador Americo Romi, levando a desativação da produção do Romi Isetta.

Em 1960, o então Presidente da República Dr. Juscelino Kubitschek tentou impulsionar a produção da Romi Isetta, porém sem resultados. Houve ainda tentativas de acordo com a BMW e a Citroën, mas nada se concretizou, e a fabricação foi extinta no Brasil definitivamente.

No período de 1956 até 1961, foram fabricadas cerca de três mil unidades no Brasil, alguns deles foram montados utilizando peças remanescentes no estoque da fábrica.
Alguns exemplares permanecem até hoje nas mãos de colecionadores e são vistos em encontros de proprietários de carros antigos. Despertando recordações e sorrisos por onde passam.

A Fundação Romi realiza encontros de colecionadores em Santa Bárbara d’Oeste e é o terceiro do gênero. O 1º Encontro foi realizado em 2006, no aniversário de 50 anos do carro, com 36 automóveis participantes. O 3º Encontro Nacional de Romi-Isettas, realizado em 3 de setembro de 2011, contou com colecionadores e 55 exemplares do Romi-Isetta (uma alusão aos 55 anos do lançamento no Brasil).

O Instituto Cultural Artigos e Carros de Época (ICACE) possui um exemplar do Romi-Isetta que poderá ser visto e apreciado em breve !



















Nenhum comentário:

Postar um comentário